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PLACAS CERÂMICAS NO REVESTIMENTO DE FACHADAS

Foto do escritor: Adriana Galletto PetrelliAdriana Galletto Petrelli


Mais do que estética agradável e valorização do imóvel, a utilização de placas cerâmicas no revestimento de fachadas proporciona também proteção adicional ao sistema, principalmente em grandes centros urbanos, ambientes marinhos e industriais, onde agentes de degradação se encontram em maior concentração na atmosfera.


Porém, para que sejam duráveis, uma série de cuidados devem ser tomados durante as fases de projeto, execução e manutenção.


Uma das manifestações patológicas mais recorrentes em fachadas revestidas por placas cerâmicas, é o descolamento das peças (Figura 1) que, além de levar à desvalorização do empreendimento e comprometer a estanqueidade da edificação e, consequentemente reduzir sua vida útil, coloca os transeuntes do entorno sob o risco de acidentes graves, inclusive óbito.


Figura 1 – Descolamento de pastilhas cerâmicas em fachada (Fonte: Autora)

A causa desse problema nem sempre é de fácil identificação, pois pode estar relacionada à vários fatores, como, por exemplo:


  • Má qualidade do substrato;

  • Excesso de água na preparação da argamassa de assentamento;

  • Aplicação do revestimento cerâmico quando a argamassa de assentamento já passou do tempo em aberto;

  • • Inexistência de juntas de movimentação ou juntas mal posicionadas;

  • Utilização de rejunte com elevada rigidez;

  • Falhas no rejuntamento, que possibilitam percolação de água de chuva e, com o passar do tempo, levam ao descolamento das placas cerâmicas;

  • Mão de obra desqualificada;

  • Controle de materiais e/ou de execução ineficientes;

  • Assentamento do revestimento sob condições climáticas adversas;

  • Dificuldades de acesso para a execução e manutenção do revestimento;

  • Falhas e/ou inexistência de manutenções preventivas, entre outros.

Salienta-se ainda que esses fatores podem ocorrer de maneira isolada ou conjunta, dificultando ainda mais o diagnóstico do problema.


Diante disso, conclui-se que, para o adequado desempenho do sistema de fachadas revestidas por placas cerâmicas, medidas adotadas durante as etapas de projeto e execução, são as melhores, mais fáceis e mais viáveis práticas, inclusive em termos econômicos. Medidas estas que são elucidadas pela norma da ABNT NBR 13755:2017 “Revestimentos cerâmicos de fachadas e paredes externas com utilização de argamassa colante - Projeto, execução, inspeção e aceitação – Procedimento”.


Entretanto, é importante ressaltar que caso não ocorram manutenções preventivas criteriosas e periódicas, será apenas uma questão de tempo para que as manifestações patológicas ocorram, por melhor que tenham sido o projeto e a execução do revestimento em placas cerâmicas nas fachadas.


MSc. Engª Adriana Galletto Petrelli

Diretora da Apoena Engenharia, empresa especializada em engenharia diagnóstica e desempenho das construções.

Doutoranda em Tecnologia na área de Ciência dos Materiais pela UNICAMP.

Profª de Patologia das Estruturas no curso de Pós-Graduação em Projetos de Estruturas de Edifícios da FUMEP.





O conteúdo deste artigo é de inteira responsabilidade do autor, a instituição reproduz este conteúdo sem interferência ou participação.

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