
Mais do que estética agradável e valorização do imóvel, a utilização de placas cerâmicas no revestimento de fachadas proporciona também proteção adicional ao sistema, principalmente em grandes centros urbanos, ambientes marinhos e industriais, onde agentes de degradação se encontram em maior concentração na atmosfera.
Porém, para que sejam duráveis, uma série de cuidados devem ser tomados durante as fases de projeto, execução e manutenção.
Uma das manifestações patológicas mais recorrentes em fachadas revestidas por placas cerâmicas, é o descolamento das peças (Figura 1) que, além de levar à desvalorização do empreendimento e comprometer a estanqueidade da edificação e, consequentemente reduzir sua vida útil, coloca os transeuntes do entorno sob o risco de acidentes graves, inclusive óbito.

A causa desse problema nem sempre é de fácil identificação, pois pode estar relacionada à vários fatores, como, por exemplo:
Má qualidade do substrato;
Excesso de água na preparação da argamassa de assentamento;
Aplicação do revestimento cerâmico quando a argamassa de assentamento já passou do tempo em aberto;
• Inexistência de juntas de movimentação ou juntas mal posicionadas;
Utilização de rejunte com elevada rigidez;
Falhas no rejuntamento, que possibilitam percolação de água de chuva e, com o passar do tempo, levam ao descolamento das placas cerâmicas;
Mão de obra desqualificada;
Controle de materiais e/ou de execução ineficientes;
Assentamento do revestimento sob condições climáticas adversas;
Dificuldades de acesso para a execução e manutenção do revestimento;
Falhas e/ou inexistência de manutenções preventivas, entre outros.
Salienta-se ainda que esses fatores podem ocorrer de maneira isolada ou conjunta, dificultando ainda mais o diagnóstico do problema.
Diante disso, conclui-se que, para o adequado desempenho do sistema de fachadas revestidas por placas cerâmicas, medidas adotadas durante as etapas de projeto e execução, são as melhores, mais fáceis e mais viáveis práticas, inclusive em termos econômicos. Medidas estas que são elucidadas pela norma da ABNT NBR 13755:2017 “Revestimentos cerâmicos de fachadas e paredes externas com utilização de argamassa colante - Projeto, execução, inspeção e aceitação – Procedimento”.
Entretanto, é importante ressaltar que caso não ocorram manutenções preventivas criteriosas e periódicas, será apenas uma questão de tempo para que as manifestações patológicas ocorram, por melhor que tenham sido o projeto e a execução do revestimento em placas cerâmicas nas fachadas.
MSc. Engª Adriana Galletto Petrelli
Diretora da Apoena Engenharia, empresa especializada em engenharia diagnóstica e desempenho das construções.
Doutoranda em Tecnologia na área de Ciência dos Materiais pela UNICAMP.
Profª de Patologia das Estruturas no curso de Pós-Graduação em Projetos de Estruturas de Edifícios da FUMEP.
Cursos Envolvidos: Projetos de Estrutura de Edifícios e Engenharia Civil da EEP
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