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PRÁTICAS ESG NAS EMPRESAS: UMA ONDA NO MEIO DO OCEANO


Termos e definições, como por exemplo, Desenvolvimento Sustentável, Selos Verdes, Compensação Ambiental, Sustentabilidade, Créditos de Carbono, entre muitos outros, nos remetem a história das preocupações e decisões referente às causas ambientais que evoluíram ao longo do tempo. Desde o Clube de Roma, quando, a partir de 1968, foram iniciadas as discussões da relação entre economia, política e meio ambiente, passando pela Conferência de Estocolmo em 1972, com o marco da publicação, Os Limites do Crescimento, e também em 1987, com a publicação Nosso Futuro Comum, onde temos a definição mais utilizada sobre Desenvolvimento Sustentável, e até chegarmos nos dias atuais, com as conferências deste século, como a Conferência do Rio+ 20, que se iniciaram as discussões para o estabelecimento dos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável, até a Cúpula do Desenvolvimento Sustentável da ONU em 2015, que foram definidos tais Objetivos. Todos estes acordos, conferências, discussões e adesões mostram a dimensão do desafio que nossa geração enfrenta com relação a continuidade dos seres humanos, e de todos os seres vivos no nosso planeta.


Portanto, com toda esta base histórica sobre o crescimento das propostas e decisões a respeito de quais medidas efetivamente podem ser tomadas para garantirem um futuro sustentável, os países comprometidos com este tema iniciaram uma série de promulgações de políticas públicas à serem cumpridas por todas as populações. Da mesma forma, órgãos internacionais elaboraram uma série de publicações de referência, que possibilitaram as instituições e organizações a cumprirem os acordos internacionais sobre o meio ambiente, assinados pelos seus países de origem. Uma das principais diretrizes elaboradas foi a Global Reporting Initiative (GRI) , onde a primeira publicação foi no ano de 2000. Esta publicação serviu de referência para muitas empresas para a elaboração dos seus relatórios anuais referentes a sustentabilidade, ou seja, um registro de todo seu retrospecto periódico relativo às ações realizadas dos seus compromissos econômicos, suas ações sociais e suas medidas de proteção ambiental.


Porém, com todo este advento da importância do tema, sendo as suas práticas consideradas vitais para a continuidade do negócio, e para manter parcerias comerciais de confiabilidade em toda a cadeia de suprimentos, o termo “sustentabilidade” passou a ser usado como um selo de “garantia”, pelo qual, produtos ou serviços, estão firmados em suas metodologias. Diante deste fato, as empresas passaram a praticar o “greenwhashing”, ou seja, tentam mostrar uma imagem que não é evidenciada em sua prática.


Por um outro lado, empresas comprometidas com estas práticas, e que se preocupam com a relação entre a continuidade do seu negócio, as ações de proteção ambiental e as atividades de responsabilidade social, passam a somar a satisfação dos seus clientes com o atendimento e a satisfação de todas as outras partes interessadas. As ações em prol da sustentabilidade avançaram para uma nova fase de sua importância com o surgimento do termo ESG, em inglês Environment, Social and Governance (Meio Ambiente, Social e Governança). Nesta nova etapa, as organizações, de uma forma geral, iniciaram uma escalada rumo ao futuro sustentável de seus negócios. O ESG gera uma tendência sem volta que padroniza práticas de sustentabilidade que não mais visam somente os shareholders, ou seja, seus acionistas, mas agora focando o atendimento das expectativas de todas as partes interessadas relacionadas direta e indiretamente ao negócio, ou seja, os stakeholders.


Como vimos, as práticas de ESG, assim como da própria sustentabilidade, não são recentes, porém a sua importância ganhou uma atenção especial à pouco tempo. Esta importância passou a ser maior valorizada quando o CEO de uma das maiores empresas de investimento do mundo, a Black Rock, afirmou em sua carta anual para os acionistas que as companhias deveriam investir em ações que reflitam valores para a sociedade na geração dos lucros, assim, a sustentabilidade, já praticada nas organizações, ganhou uma nova estrutura para se gerar resultados diretos em suas redes de valores. Desta forma, os compromissos com a continuidade do negócio foram somados com as práticas relativas à responsabilidade social, e de proteção e preservação ambiental das organizações, com o desafio de que os resultados de cada área ESG possam contribuir diretamente para a continuidade do negócio, e consequentemente, para o bem estar das pessoas, e o futuro sustentável do nosso planeta.


Em todo este histórico, referente a evolução das práticas de sustentabilidade nas organizações, e levando em consideração a abrangência do tema que garante a continuidade do negócio, as práticas de ESG direcionam as organizações para uma nova estratégia de gestão, onde verdadeiramente sejam praticados os princípios da sustentabilidade em um oceano de possibilidades e oportunidades, permitindo assim, um presente e um futuro melhor para todos.


Prof. Dr. Fábio Penatti

Doutor em Toxicologia Ambiental, Auditor e professor de SGI




ATENÇÃO: O conteúdo deste artigo é de inteira responsabilidade do autor, a instituição reproduz este conteúdo sem interferência ou participação.

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