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Foto do escritorCleberson Forte

SOBRE VENDER FERRAMENTAS QUE REALIZAM SONHOS



Em tempos de incertezas é natural que busquemos por alternativas de renda extra, afinal, nos preocupamos não apenas com cada detalhe que nos mantenha seguros, longe do vírus, mas também com as possibilidades dos danos financeiros que a doença pode nos implicar. Um movimento que corrobora esta percepção está no aumento de participantes (pessoas físicas) na bolsa brasileira, que quase dobrou de tamanho quando comparados os períodos de 2020 e 2019. Para quem acompanha as evoluções da TI, já deve ter se deparado com outra discussão neste contexto: obter renda com a mineração de criptomoedas.

De maneira ilustrativa, podemos pensar na mineração de criptomoedas como uma grande corrida ao ouro, quando mineradores disputam entre si para ver quem consegue cavar as melhores áreas e, assim, obter maior quantidade do metal precioso. No caso da mineração de criptomoedas, as pás e tratores são substituídos por computadores de alto desempenho e otimizações em algoritmos que buscam pelo Bitcoin, Ether, Dogecoin, entre outras.

Ao molde do que aconteceu nos longínquos anos da década de 1840, quando o estado da Califórnia (EUA) recebeu mais de 300 mil trabalhadores em busca do ouro recém descoberto naquelas terras, a competição pela mineração de criptomoedas tem se acirrado. Se nos primeiros meses era possível a mineração caseira, com computadores de médio ou baixo poder computacional, atualmente os grandes players do mercado investem em fazendas de mineração, com diversos computadores dedicados à tarefa e que empregam os mais modernos processadores e placas gráficas. Neste contexto, surgem as alternativas que visam obter renda extra, se não minerando diretamente, dando condições melhores para aqueles que assim desejam, em uma inspiração histórica de clara conexão com a Levi’s (marca de roupas), que se desenvolveu a partir da percepção de uma oportunidade de mercado ao desenvolver calças resistentes e com bolsos para que os mineradores desempenhassem seu trabalho com maior sucesso.

Uma das iniciativas neste contexto é apresentada pela nicehash.com, que permite ao usuário comum “alugar” o seu computador para pessoas que desejam aumentar o poder de processamento de seus algoritmos. Deste modo, a pessoa que “aluga” o seu computador não está minerando diretamente a moeda, mas cedendo (grande) parte do processamento do seu computador (e a sua energia elétrica) para que outras pessoas apostem na mineração. É como se estivéssemos vendendo calças jeans para os mineradores: caso o minerador consiga achar o ouro, ele terá ganho um bom dinheiro e nossa calça o terá ajudado, mas também pode acontecer o contrário e o minerador nunca achar uma pepita. Por mais barata que seja, em qualquer cenário, pelo menos teremos o retorno certo da calça vendida (ou do nosso computador “alugado”).

Existem muitas variáveis para se perceber a viabilidade deste “aluguel”, como por exemplo quanto custa a energia elétrica e quanto o serviço está pagando para o dono do computador (que é um valor variável, dependendo do seu hardware e de quantas pessoas buscam pelo serviço), mas para quem já pensa em mineração, talvez seja uma boa alternativa. Fato é que a tecnologia tem evoluído bastante e influenciado cada vez mais o nosso dia a dia, inclusive nas possíveis formas de se obter alguma renda extra, que há alguns poucos anos eram sequer imaginadas.

Vale a pena deixar claro: Esta publicação é meramente informativa e não é uma recomendação de investimento.

Você já investe em criptomoedas? já faz mineração? Comente aí o que você acha desta experiência, vamos construir conhecimento juntos!

Cleberson Eugenio Forte

Professor Doutor da Escola de Engenharia de Piracicaba - EEP






ATENÇÃO: O conteúdo deste artigo é de inteira responsabilidade do autor, a instituição reproduz este conteúdo sem interferência ou participação.


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